sexta-feira, 31 de julho de 2015
domingo, 31 de maio de 2015
Fábrica de tintas e pincéis
Objetivo(s)
- Fabricar tintas e pincéis em diferentes tamanhos e formatos.
- Realizar pinturas com os instrumentos fabricados.
- Realizar pinturas com os instrumentos fabricados.
Conteúdo(s)
Pintura
Ano(s)
1º
2º
3º
4º
5º
Tempo estimado
Quatro aulas.
Material necessário
Para a fabricação dos pincéis: palitos de churrasco, de sorvete e de dente, varetas de bambu, gravetos (cabo), vassouras, escovas de dente e de roupa (pelos), linha, barbante e durex colorido (amarração). Para as tintas: água (solvente, usado para dissolver os ingredientes), terra e areia de diferentes tonalidades, sementes, carvão, folhas, pétalas, beterrabas, cenouras, maços de espinafre, pedaços de papel crepom embebidos em álcool, folhas de goiabeira e laranjeira, giz, pó de café (pigmentos, que conferem cor à tinta), cola branca, goma-arábica e gema de ovo (aglutinantes, que dão liga à mistura).
Desenvolvimento
1ª etapa
Preparação
Durante a coleta de materiais, atente para espécies de plantas venenosas ou que causem alergias, deixando-as fora da atividade. Oriente as crianças a não arrancar folhas e flores, mas coletá-las do chão.
Converse sobre os tipos de instrumento de Arte que os alunos conhecem e já utilizaram. Conte a eles que, ao longo da história, em diferentes épocas e regiões, as pinturas foram feitas com materiais muito diversos. Mostre imagens de referência. Convide o grupo a coletar materiais para criar ferramentas e jeitos de pintar. Explique que cada um dos instrumentos requer três elementos: o pincel precisa de cabo, pelos e um material para uni-los. As tintas usam aglutinante (para dar liga), pigmento (para dar cor) e solvente (para dissolver).
Converse sobre os tipos de instrumento de Arte que os alunos conhecem e já utilizaram. Conte a eles que, ao longo da história, em diferentes épocas e regiões, as pinturas foram feitas com materiais muito diversos. Mostre imagens de referência. Convide o grupo a coletar materiais para criar ferramentas e jeitos de pintar. Explique que cada um dos instrumentos requer três elementos: o pincel precisa de cabo, pelos e um material para uni-los. As tintas usam aglutinante (para dar liga), pigmento (para dar cor) e solvente (para dissolver).
2ª etapa
Proponha a fabricação dos pincéis. Introduza questões que relacionem a forma com a função do instrumento: que tipo de pincel produz pinceladas finas? E grossas? O que usaríamos para pintar uma parede? Que tipo de pincel é melhor para pintar uma folha sobre a mesa? Incentive os alunos a montar quantos modelos desejarem e a usar a criatividade tanto na fabricação como na decoração das ferramentas - que pode ser feita com fita adesiva colorida, por exemplo.
3ª etapa
Na fabricação das tintas, convide as crianças a fazer distintas combinações. Mostre que é possível construir diferentes características de tonalidade, espessura, densidade e brilho.
4ª etapa
Peça que os estudantes experimentem as primeiras pinceladas. Oriente-os a testar diferentes suportes, dependendo do material que produziram. Por exemplo, um pincel feito com cabo de vassoura funciona melhor em um papel colocado no chão, preso à parede ou sobre a mesa? E uma tinta mais aguada, em que superfície se dará melhor? Incentive ainda a troca de tintas e pincéis.
5ª etapa
Peça que cada criança escolha o suporte que mais lhe agradou e, com seu pincel, faça várias pinturas, explorando as possibilidades das pinceladas, das cores etc. Se necessário, repita a produção de tintas que terminaram ou estragaram. O tema pode ser livre ou ter relação com algum projeto em andamento.
Avaliação
Organize um debate sobre as escolhas feitas, desde a coleta até as pinturas finais. Avalie se os alunos compreenderam a conexão entre o tipo de ferramenta utilizado e o resultado atingido.
Fonte: http://www.gentequeeduca.org.br/planos-de-aula/fabrica-de-tintas-e-pinceis
O ensino das Artes
O ENSINO DAS ARTES
Criar arte é ver o mundo como que pela primeira vez. É buscar a origem, o gesto que o fundou. É re-aprender cada coisa, cada objeto, é dar novos significados às coisas existentes, é re-inventar, é re-conduzir, é re-construir. (Frederico Morais)
A arte, assim como a vida, está presente em todos nós, cabe-nos ajudar a desenvolvê-la. A formação da nossa percepção artística é feita olhando o invisível, a essência da alma, as particularidades do mundo. Mais importante que a construção de um artista é a construção da sensibilidade à arte. É desta maneira, que nos conscientizamos da importância da nossa participação na sociedade.
Fundamentos do ensino da arte na escola comunitária:
O ensino da arte na escola comunitária tem como objetivo principal possibilitar que o aluno tenha contato com as diferentes linguagens artísticas de forma que ele possa criar, conhecer e apreciar os produtos artísticos produzidos pelas sociedades nos diferentes momentos históricos e sociais.
Dessa maneira, o ensino da arte tem uma função específica: formar o aluno para que ele possa participar do mundo em que vive, sabendo analisar, interpretar e atuar como um indivíduo presente na sociedade.
É nesse momento, que a educação em arte possibilita que o aluno utilize os meios para organizar em produtos culturais as suas experiências subjetivas. Estes três elementos – meios, motivação e técnicas - estão pautados na pedagogia triangular que norteia o pensamento do ensino das artes.
- Conhecer – ter contato com a obra de arte, os momentos artísticos, históricos, sociais, tecnológicos.
- Apreciar – desenvolver o senso de apreciação crítica – formação do gosto.
- Fazer – desenvolver seus próprios trabalhos a partir da formação de um repertório.
O campo da arte é formado por diversas linguagens (visual, musical, teatral e corporal) que se relacionam aos órgãos dos sentidos e a forma como eles são percebidos e desenvolvidos. Essas linguagens compõem a estrutura do ensino da arte na escola comunitária.
A ARTE NO FUNDAMENTAL 1
O ensino da arte no ensino fundamental 1 está centrado em duas linguagens: Artes Visuais e Música. Estas linguagens são desenvolvidas paralelamente ao longo de todo o curso.
ARTES VISUAIS:
O trabalho em Artes Visuais é realizado no Ensino Fundamental 1 e está voltado para o estudo, análise e compreensão da imagem plástica.
Esse trabalho está pautado na “pedagogia triangular”, linha base de orientação dos arte-educadores brasileiros. O tripé formado pelos eixos conhecer, apreciar e fazer capacita os alunos para que compreendam o objeto artístico (a obra de arte) e o momento de sua criação, para que possam adquirir repertório para que realizem suas obras. A construção do “gosto” também faz parte desse contexto, pois é através da apreciação crítica de uma obra que adquirimos fundamentos para apreciá-la plenamente.
Desenvolver o olhar para a apreciação crítica embute saber “ ler” a obra de arte: qual é sua temática, qual é a técnica empregada, em que época ela foi realizada, quem é o seu autor. Após essa leitura o aluno, como espectador, vai sentir como essa obra sensibilizou-o. É nesse momento, que o senso de apreciação e formação de repertório é fundamental para que, através das técnicas ele desenvolva as suas próprias obras.
A descoberta do sensível é o elemento principal da arte. O resultado ou o produto da expressão artística infantil tem sentido para quem a faz e nem sempre para quem a observa. Diante desta formulação, devemos nos esforçar para compreender a arte desenvolvida pelas crianças, pois demonstram a essência do momento vivido, as projeções interiores mais profundas, desde o esforço inconsciente, até a realização (aparentemente) mais displicente. É nesse momento de observação, que se realiza a interação entre a pessoa que observa a obra e quem a realizou, e, é, desta forma, que se trava uma correspondência entre a matéria e o espírito.
Como diz o teórico Ernst Fischer: “a função da arte não é a de passar por portas abertas, mas a de abrir portas fechadas”. A arte existe não como uma forma de recreação, mas de percepção, de pensamento e de ação.
MÚSICA :
A Música como parte de uma das linguagens da arte está presente no ensino Fundamental 1 como participante do desenvolvimento educacional do aluno. É uma das formas de aproximação entre arte e vida pelo viés da sensibilidade.
O ensino da Música se pauta na descoberta de símbolos e signos da linguagem musical como forma de construção de repertório que permita a decodificação do universo musical.
“Incluir a arte no cotidiano de uma escola é aproximar a arte da vida e isto traz uma contribuição inestimável para a educação do ser sensível inerente a cada criança” (João Lopes – prof. de Música da ECC).
Acesso o Blog do Núcleo de Artes para ver alguns trabalhos realizados.
Fonte: http://www.ecc.br/site/pasta_305_0__o-ensino-das-artes.html. Acesso em: 31 de maio de 2015.
A importância das artes na educação
A arte na educação foi considerada, em passado recente, como atividade de lazer e recreação na escola. Um bom exemplo que ilustra essa concepção merece ser lembrado. Em 1972, quando Ana Mae Tavares Bastos Barbosa, considerada a grande pioneira da arte-educação, solicitou à Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento doPessoal de Ensino Superior) uma bolsa para a realização de seu mestrado no exterior e teve sua solicitação negada. A resposta foi negativa, pelo não reconhecimento da arte-educação como área de pesquisa.
Felizmente, os conceitos mudaram e hoje a pioneira é bolsista de produtividade em pesquisa, nível 1A, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). As ideias e pensamentos de Ana Barbosa foram fundamentais para a conceituação e importância das artes na educação. Em 1991, ela dizia: "Como a matemática, a história e as ciências, a arte tem domínio, uma linguagem e uma história. Se constitui num campo de estudos específicos e não apenas em meia atividade. A arte-educação é epistemologia da arte e, portanto, é a investigação dos modos como se aprende arte na educação infantil, no ensino fundamental e médio e no ensino superior. Talvez seja necessário para vencer o preconceito sacrificarmos a própria expressão arte-educação que serviu para identificar uma posição e vanguarda do ensino da arte contra o oficialismo da educação artística dos anos 1970 e 1980. Eliminemos a designação arte-educação e passemos a falar diretamente de ensino da arte e aprendizagem da arte sem eufemismos, ensino que tem de ser conceitualmente revisto na escola fundamental, nas universidades, nas escolas profissionalizantes, nos museus, nos centros culturais e a ser previsto nos projetos de politécnica que se anunciam".
A arte é um importante trabalho educativo, pois procura, através das tendências individuais, amadurecer a formação do gosto, estimular a inteligência e contribuir para a formação da personalidade do indivíduo, sem ter como preocupação única e mais importante a formação de artistas. No seu trabalho criador, o indivíduo utiliza e aperfeiçoa processos que desenvolvem a percepção, a imaginação, a observação e o raciocínio. No processo de criação, ele pesquisa a própria emoção, liberta-se da tensão, ajusta-se, organiza pensamentos, sentimentos, sensações e forma hábitos de trabalho.
Sendo a escola o primeiro espaço formal onde se dá o desenvolvimento de cidadãos, nada melhor que por aí se dê o contato sistematizado com o universo artístico e suas diferentes linguagens: arte cênica, cinema, desenho, escultura, pintura, literatura, teatro, dança, música, etc. No entanto, a contemplação e a criatividade nas artes devem transcender o ambiente escolar. Além da expansão dos espaços culturais é importante que, em cada um deles, haja de forma permanente um espaço reservado para as crianças provido de material visual, ferramentas de interatividade, oficinas de pintura, artesanato, música, etc. A arte tem sido, tradicionalmente, uma parte importante nos programas da primeira infância.
Friedrich Froebel, o pai do jardim de infância, foi o primeiro educador a enfatizar o brinquedo e a atividade lúdica. Ele disseminou o conceito de que as crianças deveriam criar as próprias expressões artísticas e apreciar a arte criada por outros. No Distrito Federal existe um campo fértil para experiências pedagógicas que poderiam estimular os benéficos estímulos das artes no desenvolvimento das crianças. A parceria virtuosa que está se estabelecendo entre a Secretaria da Criança do GDF (Governo do Distrito Federal) e o Instituto de Artes da Universidade de Brasília (IDA/UnB) certamente será um instrumento importante no desenvolvimento integral de nossas crianças, que perpassam também pelo seu desenvolvimento cultural. É preciso apreciar, entender e estimular a criativade das crianças, ilustrada pela célebre frase de Pablo Picasso: "Precisei de toda uma existência para aprender a desenhar como as crianças".
(Correio Braziliense, 25/06/2011)
Fonte: http://www.abc.org.br/article.php3?id_article=1279. Acesso em: 31 de maio de 2015.
MANEIRAS DE INCENTIVAR O APRENDIZADO FORA DA SALA DE AULA
Manter os estudantes engajados com os estudos mesmo fora do
ambiente escolar é um desafio. Contudo, algumas práticas podem ajudar os
professores. Confiram quais são elas:
Grande parte dos professores quer garantir que os estudantes aprendam em
todos os momentos, inclusive fora da sala de aula. Contudo, as tarefas
chatas e entediantes se mostram cada vez menos eficientes quanto a esse
propósito. Por isso, é preciso buscar sempre novas maneiras de manter o interesse dos estudantes fora
do horário de aulas. Se você está interessado nesse tipo de prática e não tem
ideias para fazê-la funcionar, confira 4 maneiras simples de incentivar o
aprendizado fora da sala de aula.
1. Grupos de estudo
Os grupos de estudo são uma ótima maneira de fortalecer os
laços de amizade entre os estudantes e colocá-los para trabalhar em
colaboração. Contudo, será necessária a supervisão de um professor para que o
aprendizado seja efetivo. Deixe que os estudantes tirem suas dúvidas entre si.
Seu papel será apenas guiar os tópicos de estudos, de maneira que o aprendizado
não fique “solto”.
2. Esportes
Por que não montar clubes de esportes após as aulas?
Converse com o professor de educação física do seu colégio e, juntos, montem um
plano que faça os estudantes aprenderem enquanto praticam esportes. O basquete,
por exemplo, pode ser útil para que os professores de matemática trabalhem
temas como parábolas, enquanto a natação pode funcionar para as aulas de
biologia, mostrando como funcionam os órgãos do corpo humano.
3. Empreendimentos
Esse tipo de projeto funciona melhor com estudantes mais
velhos, mas negócios são uma ótima ferramenta de encorajamento para que os estudantes
coloquem seus ensinamentos em prática fora da sala de aula. E isso vai além do
conhecimento teórico. Pequenos empreendimentos ou startups podem ser úteis para
trabalhar foco, objetivos e até mesmo o senso de responsabilidade.
4. Games
Talvez você acredite que os jogos não combinam com um
ambiente de ensino, mas a verdade é que certos games podem desenvolver o aprendizado dos seus estudantes e ainda mantê-los interessados no conteúdo. Organize seu
cronograma de aulas com horas extras para esse tipo de atividade. Isso vai
garantir que seus estudantes mantenham o foco no conteúdo.
Fonte:
Aprendizado fora da sala de aula
O
Parque Zoobotânico possibilita outra maneira de aprender ciência
Que tal uma aula ao ar
livre? Não, este não é o sonho de crianças e jovens. É a realidade do Parque
Zoobotânico. Por meio de atividades didáticas, desenvolvidas pelo Serviço de
Educação e pelo Serviço do Parque Zoobotânico, estudantes podem conhecer as
pesquisas realizadas pelo Museu Goeldi de uma forma diferente do método
tradicional adotado pelas escolas.
São diversas possibilidades de ver, cheirar e tocar, de perceber a natureza à nossa volta. Animais, plantas, exposições, pesquisas, tudo serve de fonte de conhecimento para descobridores. O Parque Zoobotânico funciona como uma sala de aula viva, que proporciona aos visitantes conhecimentos sobre o ecossistema e o homem da região amazônica.
São diversas possibilidades de ver, cheirar e tocar, de perceber a natureza à nossa volta. Animais, plantas, exposições, pesquisas, tudo serve de fonte de conhecimento para descobridores. O Parque Zoobotânico funciona como uma sala de aula viva, que proporciona aos visitantes conhecimentos sobre o ecossistema e o homem da região amazônica.
Um dos exemplos desta interação é o projeto Clube do Pesquisador
Mirim, que há treze anos reúne crianças e adolescentes em torno de projetos
de iniciação científica. O Clube é organizado em turmas com diferentes eixos
temáticos, ofertadas anualmente, como biodiversidade, espécies ameaçadas de
extinção, sustentabilidade e diversidade social. No decorrer dos encontros
semanais, os estudantes produzem algo que expresse os resultados da pesquisa,
como jogos, kits educativos, cartilhas, multimídias, vídeos, etc.,
apresentado em uma grande feira de ciências.
Mas não são apenas os pesquisadores mirins que podem usufruir do aprendizado pelo Parque. Todos os visitantes têm acesso às atividades educativas realizadas pelo Museu Goeldi, seja por meio de visitas escolares, de campanhas educativas, de oficinas e minicursos ou do trabalho dos monitores ambientais. De maneira criativa, o Parque Zoobotânico funciona como um centro de educação sadio e familiar, proporcionando a aproximação de jovens e adultos às pesquisas e problemas da Amazônia. |
No Amapá, perseverança de uma professora leva alunos aos EUA
Pensa que acabou?
No Amapá, perseverança de
uma professora leva alunos aos EUA
No
quintal de casa, os alunos inventaram uma engenhoca que poderia diminuir
enchentes e incêndios. É um biodigestor. Um recipiente lacrado, feito com duas
caixas d’água.
Em uma comunidade pobre, no extremo norte do Brasil, uma professora supera as
maiores adversidades, vende bolo na rua, para realizar um sonho dos alunos. Um
projeto que levou meninos talentosos mais longe do que eles jamais imaginaram.
A primeira distância Elizabete atravessou aos 6 anos. Foi de balsa, do Pará,
onde nasceu, para o Amapá, cidade de Laranjal do Jari. Foi atrás de um sonho.
“O pessoal diz assim: ‘por que você não sonhou com outra coisa?’ Eu digo não. É
meu sonho desde criança. Eu já nasci e eu já dizia para minha mãe que eu queria
ser professora. É só o que sei fazer”, diz a professora Elizabete Rodrigues.
Desde pequena, para ir à escola, ela passava pelo bairro das Malvinas. Não
sabia que aquele bairro a levaria mais longe do que imaginava.
Uma parte da cidade nasceu quando uma fábrica abriu e os trabalhadores acharam
que o melhor lugar para morar seria na beira do rio. Eles construíram um bairro
inteiro sobre palafitas e casas que ou não tem parede de fundo ou têm um
janelão que intensifica o contato com a natureza. Só que não demorou muito para
que essa natureza reclamasse a ocupação desordenada. Hoje cerca de 20 mil
pessoas vivem na região. São gerações e gerações de famílias em constante
estado de alerta.
Sem coleta de lixo, ele fica por ali mesmo. E, quando chove, é difícil de a
água escoar.Todo ano, final de abril começo de maio, há enchentes. E, quando
abre o sol nas Malvinas, o problema é outro: incêndios. As casas são muito
coladas, todas de madeira. Quando acontece um acidente elétrico, ou vaza gás, o
fogo se alastra rápido.
Enchentes e incêndios. Foi sempre assim. Desde quando Elizabete estava na
escola até quando passou no vestibular para matemática, quando finalmente se
tornou professora da mesma escola em que estudou quando criança, ela começou a
ter ainda mais contato com o povo ribeirinho.
“Sempre que acontecem grandes e pequenas enchentes eles tiram as pessoas lá da
parte baixa e a escola acaba sendo abrigo para eles”, conta a professora.
Elizabete resolveu então tocar um projeto. Juntou três alunos e, com
questionários, foram saber quais as principais dificuldades que viviam o povo
das Malvinas.
“Constatamos que as pessoas não querem sair de lá muitos motivos. Já que eles
não querem sair, resolvemos amenizar a situação deles”, relata.
No quintal de casa eles inventaram uma engenhoca que poderia diminuir enchentes
e incêndios. É um biodigestor. Um recipiente lacrado, feito com duas caixas
d´agua. Encheram de lixo e esgoto.
“Durante cerca de 15 a 25 dias, ele produziria o gás metano, e esse gás seria
distribuído através de tubulações pra população”, explica o estudante
Adymailson dos Santos.
Eles fizeram o esquema no computador. E testaram um modelo, que realmente
funcionou. Filmaram: ficaram tão empolgados com a descoberta que começaram a
inscrever o projeto em feiras de ciências pelo Brasil todo.
Conseguiram uma vaga na Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia, no Rio
Grande do Sul. O problema era chegar até lá. Um amigo, comovido com a história,
que resolveu ajudar.
“Eu não poderia ficar de fora. Tinha que dar uma força”, conta Joel Silva
Santos.
Em Novo Hamburgo (RS), eles apresentaram o projeto, que foi eleito um dos
melhores. Por isso, ganharam uma viagem para os Estados Unidos, para participar
de uma das maiores feiras de ciências do mundo.
“Fiquei paralisada, não conseguia sair da cadeira”, diz Elizabete.
Mas logo a euforia acabou. Os Estados Unidos estavam mais longe do que eles
imaginavam. Uma empresa disse que ia pagar as passagens, mas do resto eles
teriam que cuidar.
“Visto, você vai ter que correr atrás, passaporte, você vai ter que correr
atrás. E aí eu perguntava: como é que eu vou fazer isso?”, lembra.
De volta a Laranjal do Jari, fizeram o que puderam: bolo em casa para vender na
praça: “Dizia para os meus alunos: prometo para vocês que vocês irão, pode ser
até que eu não vá, mas vocês irão”.
E ainda havia a barreira da língua. Elizabete tirou do próprio bolso o dinheiro
para pagar aulas de inglês para todos. Mas só podia pagar dois meses do curso.
A solução foi encontrada por um professor.
Ele traduziu para o inglês a apresentação do projeto, palavra por palavra. E
depois, gravou no celular de cada um para que eles pudessem praticar em
qualquer lugar.
Na semana passada, eles estavam com o texto decorado em Pittsburgh, na
Pensilvânia. Eles ganharam medalhas, um diploma da marinha americana. E um
exemplo pra vida.
“Sempre diziam ‘desistam, isso aqui não é para vocês’. E ela sempre nos
incentivando, dizendo ‘não desistam, siga o sonho de vocês’. Eu não tinha noção
da profissão que queria seguir, mas depois de conhecer ela eu disse: quero ser
professor”, Adymailson dos Santos.
Fonte:
Disponível em: < http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1680600-15605,00-NO+AMAPA+PERSEVERANCA+DE+UMA+PROFESSORA+LEVA+ALUNOS+AOS+EUA.html
>. Acesso em: 30 de maio de 2015.
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